segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Coluna de Educação - Metamorfose Diplomática

Para voltar com o pé direito, seguirei a ideia dividir com vocês a minha indignação com o rumo do ensino brasileiro.

Excelente artigo de Gustavo Ioschpe na "Veja" de 30/06 - "Aula de ética deve ser em casa e não na escola". Transcrevo as palavras dele: "Ao mesmo tempo em que são incompetentes e doutrinárias no ensino da ética, nossas escolas são antiéticas em sua prática".

Em artigo da "Veja", em 22/10/2008, Cláudio de Moura Castro revelou-se impressionado com o fato de apenas três professores, num congresso de matemática do qual participou, saberem aplicar a regra de três. Coisa cômica e ao mesmo tempo trágica.

Segundo Ioschpe, o ensino das matérias tradicionais é encarado como resolvido, quando na realidade não está. É tachado por alguns educadores como "conteudismo". Cabe ao MEC resolver esta questão, analisando o panorama da Educação no país e fazendo as reformas necessárias. Infelizmente, o Brasil está "muito mal na fita" no que tange os testes internacionais de aferição da aprendizagem. A solução, ao meu ver, pode ser simples (se bem planejada): Consultar os agentes mais importantes do processo educativo, os professores que labutam em salas de aula, e a partir daí fazer um levantamento do que eles acham que deve ser mudado no ensino de nosso país, como um todo.

Segundo Cláudio de Moura Castro, a lógica é inapelável: Como os professores não aprendem o que deveriam aprender. O chamado construtivismo despreza os livros didáticos detalhados. Ioschpe e Cláudio Moura Castro se fundem num pensamento único: sem bons livros didáticos, aliados a professores bem formados, continuaremos na mediocridade. Vamos discutir este construtivismo, antes que o prédio desabe.

Mas como no Brasil tudo é politicagem e quando se fere o calcanhar de aquiles de um governo mal estruturado, uma boa teoria pode se tornar uma "ameaça", o que é claramente notado ao reler o artigo de Cláudio de Moura Castro na "Veja" de 22 de outubro de 2008 e compara-lo ao artigo intitulado "O Milagre Brasileiro" da edição 2173 da revista Veja. Assumo que fiquei abismada.

Neste último ele enaltece os números da economia brasileira da independência e do período colonial aos dias atuais. O foco da questão, abordada por ele em 2008, não era este.

Trata-se de discutir o Construtivismo X Conteudismo, coisa que o MEC não o faz e todos os brasileiros saem perdendo. A própria Revista levantou isto recentemente, o que me leva a lamentar a postura do articulista tido por mim até hoje como referência, bem como a Revista em questão. A revista como um meio de mídia altamente formador de opinião deveria tratar certos assuntos com mais cautela. Falo isso como ávida leitora, profissional dedicada e como estudante.

Pretendo concursar para o Magistério público e não serei adepta ao Construtivismo, pois como estudante sofri na pele desse molde "torto". Basear o conteúdo de uma aula na realidade de um aluno, é uma ideia interessante, porém ineficaz! Sou uma aluna que pode ser considerada "1001 utilidades" ataco nas onze posições... Tenho uma vasta cultura geral, diferente da maioria dos meus colegas. Não me prendo ao construtivismo. Para um país que almeja crescer a base de tudo está no que se aprende na escola. Sou da área de TI, mas tenho conhecimentos físicos, químicos, de medicina, de psicologia, dentre outros...

A escola melhor avaliada pelo MEC em São Paulo e no Brasil, não é construtivista de "carteirinha", não tem nenhum professor com doutorado e possui apenas 25% deles com mestrado.

Nossas escolas estaduais apresentaram o pior desempenho na avaliação do MEC, será que só eu vejo que esse sistema é falho? Será que nenhuma autoridade se dá conta de que uma boa formação de base hoje, significa um bom profissional no amanhã? Parem para pensar, senhores.

3 comentários:

  1. Você se esqueceu de um pequeno detalhe... Em se tratando de Brasil tudo é politicagem! A política controla as mídias, vivemos numa democracia parcial quando, na verdade, deveria ser imparcial! Quando se trata de falar besteiras, ninguém pressiona mas quando o assunto é sério e pode ajudar a mudar a postura do povo, todo mundo vem em cima! É aí que fazemos a diferença, companheira! Artigos como este deveriam ilustrar a primeira página de jornais e revistas e está na lista dos “10 mais acessados na internet” mas, infelizmente, o povo brasileiro se interessa mais em acompanhar o caderno de Esportes, ou a sinopse da novela...

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  2. Olá Rafael! Seja bem vindo! Fico muitíssimo feliz que tenha se interessado pelo meu blog e concordo em gênero, número e grau com o que você frisou: “(...)o povo brasileiro se interessa mais em acompanhar o caderno de Esportes, ou a sinopse da novela(...)”! Tá na hora de nós, brasileiros, nos mobilizarmos contra esse governo de sacripantas, mas fazendo uma guerra limpa com palavras e não com foices! Lembrar o tempo das “Diretas Já”! Infelizmente o povo brasileiro é patriota apenas na copa do mundo ou nas olimpíadas! Eu arrisco até a falar mais... a população brasileira não se interessa por política! A mentalidade do brasileiro é muito atrasada nesse quesito, a população quer que o governo mude, mas não se interessa em fazer nada para mudar! Críticas são bem vindas em qualquer setor, principalmente na política, mas só criticar não resolve! Tá na hora de tomarmos consciência do que nosso país realmente é capaz e darmos a cara para bater, se necessário, para defender a nossa pátria! Não sou uma nacionalista inveterada, mas sou uma amante do Brasil assumida! Esse país está seguindo pelo caminho certo, mas muitos setores da economia estão na contra-mão da história! Eu assumo que durante a minha adolescência eu fugia de conversar com meu tio sobre política, porque achava chato! Mas eu cresci e como tal, tava na hora de rever meus conceitos! O ser humano é um ser de natureza social, logo, aprende política desde que nasce! Colocar em prática é difícil, às vezes por uma questão apenas de saber como se posicionar! A Solução tanto para educação, quanto para a política no Brasil é mudar a consciência política do brasileiro! Eu não estou aqui para “politizar” ninguém, mas estou dividindo minhas ideias com os meus leitores para quem sabe conseguir chamar atenção de alguns, provavelmente esclarecer outros, mas com certeza levar algum conhecimento dos meus 28 anos de leitura pra junto de vocês. Não é muito eu sei, mas já é um começo! Como eu falo na Página de considerações: “(...)Não estou aqui para ocupar um espaço inoculo na sua página de internet(...)”! Um grande abraço e muito obrigado pelo comentário

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  3. Mais uma vez bato palmas para você! Acho que conquistou um seguidor! Baboseiras virtuais é o que não falta na net, mas blogs interessantes como o seu, a gente acha depois de um garimpo a base de pente fino! Confesso que estou ansioso para ler os posts sobre clássicos, literatura e economia. Indicarei seu blog no meu twitter! Abraços

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